Historia wymaga pasterzy, nie rzeźników.


Fomos procurar Jerry Moeller, que Pete disse ser o maior passador de drogas do triângulo Orono-Oldtown-Stillwater. Conservei-me frio, como se fosse um dos veteranos chincheiros de Placerville, mas, por dentro, estava emocionado e um bocado apreensivo. Segundo me lembro, esperava, mais ou menos, ver Jerry sentado nu em cima do sanitário, com um garrote de borracha abaixo do cotovelo e uma seringa de injeção pendurada numa veia do grosso antebraço. E observando no umbigo a subida e a descida do antigo Atlantis.
Ele possuía um pequeno apartamento em Oldtown, que fica em um dos lados do campus. Oldtown é uma pequena cidade com três características marcantes: uma fábrica de papel, uma fábrica de canoas, e 12 das mais violentas espeluncas deste grande e sorridente país. Possui também um acampamento de índios de reserva autênticos e a maioria deles olha para nós como se especulando quanto cabelo a gente tem crescendo no eu e se valeria a pena escalpelá-los.
Acabei por descobrir que Jerry não era um sinistro tipo de traficante que dava audiência em meio a catinga de incenso e música de Ravi Shankar, mas um cara baixinho com uni sorriso constante de quem comeu limão e não gostou. Estava inteiramente vestido e em plena posse de suas faculdades mentais. Seu único ornamento era um button amarelo vivo com a mensagem A LOURINHA ADOROU. Em vez de Ravi e Sua incrível Cítara Cantante, ele possuía uma grande coleção de música caipira. Quando vi seus álbuns dos Greenbriar Boys, perguntei-lhe se já ouvira alguma coisa dos Tarr Brothers - uma vez que sempre fui maluco também por música caipira. Depois disso, conversamos para valer. Pete e Joe ficaram simplesmente sentados ali, parecendo entediados, até que Jerry compareceu com um pequeno cigarro enrolado em papel marrom.
- Quer acendê-lo? - perguntou ele a Pete.
Pete acendeu-e. O cheiro era penetrante, quase de breu, e muito agradável. Deu uma puxada forte, prendeu a fumaça, e passou o baseado a Joe, que tossiu a maior parte da fumaça.
Fúria - Stephen King
Jerry virou-se para mim:
- Já ouviu os Clinch Mountain Boys?
Sacudi a cabeça.
- Mas ouvi falar neles.
- Você deve escutar isto - disse ele. - Menino, é excitante. - Botou no estéreo um LP
com uma etiqueta esquisita. Chegou a minha vez no baseado. - Você fuma cigarros? -
perguntou paternalmente Jerry.
Sacudia cabeça.
- Então puxe devagar, ou vai perder a tragada.
Puxei devagar. A fumaça era adocicada, muito espessa, acre, seca. Prendi a respiração e passei o baseado a Jerry. Os Clinch Mountain Boys começaram a cantar Blue Ridge Breakdown.
Meia hora depois já havíamos fumado mais dois baseados e eu escutava Flatt ano Scruggs cantarem uma musiquinha intitulada Russian Around. E estava quase pronto para perguntar quando devia me sentir "alto", quando notei que podia mentalmente visualizar as cordas do banjo. Eram brilhantes, como se fossem longas linhas de aço, movendo-se de um lado para o outro como lançadeiras de tear. Moviam-se rápidas, mas eu podia segui-las com os olhos se me concentrava fortemente. Tentei dizer isso a Joe, mas ele apenas me olhou de uma forma confusa, vaga. Nós dois rimos. Pete examinava com grande atenção uma foto das Cataratas do Niágara pregada na parede.
Terminamos ficando por ali até quase cinco horas da tarde e quando saímos eu já estava no embalo. Pete comprou erva a Jerry e decolamos para Schoodic. À porta do apartamento, Jerry gesticulou, despedindo-se de nós e gritou para mim, dizendo-me que voltasse e trouxesse meus discos.
Esse foi o último momento realmente feliz que consigo me lembrar.